"(...) a compulsão de remar contra a maré: quanto mais a tecnologia se impõe, mais rédea eu vou dando pro meu gosto de fazer à mão." (Lygia Bojunga Nunes - Feito à Mão)

terça-feira, 22 de maio de 2012

De onde venho e para onde vou

O primeiro e grande exemplo em minha vida e, sem dúvida, o mais importante foi a minha mãe, que mesmo sem meios, sem estudo, sem técnica... sempre buscou conhecimento. Qualquer que fosse o assunto que ela se interessasse, ela não se contentava com pouco: estava sempre a procura de mais. Quando ela conhecia alguém que pintava ou quando entrava em contato com o trabalho de alguém e gostava, ela  buscava aprender e então se dedicava muito aquilo. E não media esforços, comprava seu material de trabalho, era extremamente cuidadosa, conservava tudo organizado e sobretudo asseado. Ela foi sempre um grande exemplo que busco seguir.

Meu pai foi um grande homem. Sujeito honesto e honrado. Bom pai e bom amigo. Sempre incentivou e apoiou minha mãe em suas investidas e era admirador de seu trabalho. Sentava-se por perto quando ela estava a trabalhar em seus bordados, pinturas, crochês, etc, dava alguns palpites, mas dizia que não tinha destes dons e que ela que era a 'artista da casa'. Era um homem de estatura alta (aproximadamente 1,90m de altura) e forte. Passou a vida realizando trabalhos braçais, na lida diária com o gado, no plantio, construindo cercas, entre outras coisas, mas havia lá dentro do seu coração muita doçura e bondade, o que poucas pessoas puderam perceber.

Então foi centrada nestas duas figuras que cresci e herdei muito de suas personalidades: o temperamento, a lealdade e, principalmente o amor a arte e ao artesanato. Cresci vendo e ajudando minha mãe em seus labores. Hoje reproduzo esse costume. E como ela, não páro de aprender, estou sempre em busca de mais conhecimento. E prova disso são a minha Faculdade de Artes Visuais e o curso de Pintura em Tecido e Tela que faço no Ateliê do Silas Marques.

Um grande artista que cito, na página inicial do blog, Iberê Camargo, diz: "Eu pinto porque a vida dói". Talvez o "pintar", trabalhar com arte, seja uma forma de descansar dos embates do dia a dia. Há uma música sertaneja que diz algo mais ou menos nesse sentido: "tá nervoso, vá pescar!". Não gosto de pescar, então adapto a letra em função de minhas preferências: "tá estressada, vá pintar!".

Faça algo de que gosta muito e sua vida ganhará um novo sentido!

Um comentário:

  1. ...quanto amor em suas palavras... fiquei até de lágrima nos olhos...
    Certa que vc é uma pessoa muito doce e maravilhosa, avida pela vida e conhecimento...
    Seus pais a "ensinaram" BEM!!!!

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